domingo, 5 de abril de 2015

Parque Eduardo VII em tempo de Primavera



O Parque
Passear no Parque Eduardo VII é um dos maiores prazeres que um simples mortal pode ter, quer seja Lisboeta ou não, português ou estrangeiro.

E quando se deu os primeiros passos neste parque, se passeou desde a tenra infância nele, se brincou nele desde sempre, se descobriu a natureza e os segredos do mundo aqui, com os irmãos que ainda eram uma família, maiores do que eu e a quem tinha de obedecer, ainda é um prazer maior.
Aqui se passaram momentos importantes de todas as fases da minha vida, desde a infância à idade da sabedoria (?), e continuam a passar. Aqui aprendi a subir às árvores e a dar saltos de grandes muros para cima da relva (que aparava o salto), a fazer jogos fantásticos e o sabor da liberdade quase total. Coisas irrepetíveis e secretas, que não se podiam contar a ninguém, muito menos à mãe. Só nossas.

Calcorreei estes mesmos caminhos e recantos, debaixo de árvores frondosas que dão ouriços com castanhas não comestíveis mas tão maravilhosas como as outras, olhando fascinada para todos as direções, na expectativa da aparição do lago, dos seus patos e cisnes encantados (agora existe um cisne negro, será o do Lago dos Cisnes?).


E o que mais me fascina e agrada é que o Parque continua lindo, vivo e com poucas diferenças estruturais, para além das impostas pelas agruras da meteorologia e pelos sinais do tempo. E com uma das melhores vistas sobre Lisboa e o Tejo.


Estátua de Euclides Vaz, 1958, situada no grande lago do Parque, junto da esplanada e do restaurante «Botequim do Rei» 

Que assim continue, que perdure e se renove nesta primavera de 2015 e em todas as primaveras que estão por vir.



No fim de Julho de 2017, quando lá voltei, passeando pela minha cidade e pelo parque da minha infância, o grande lago encontrava-se encerrado para obras, sem água nem cisnes. A esplanada e restaurante «O Botequim do Rei» estão, assim, também fechados. É pena que não se tenham feito estas obras antes do verão, pois muitos seriam os turistas a usufruírem desta zona.



Felizmente que no alto do Parque a outra esplanada está em funcionamento, e com um novo snack-bar self-service, com saladas e outros pratos, à beira do outro lago, mais recente,  também lugares aprazíveis e frescos. Os cães aproveitam mesmo para se banharem, e fazem eles bem. O dia está quente.


Outro sinal positivo é que o Pavilhão Carlos Lopes está finalmente restaurado, embora sem os azulejos primitivos, que se encontravam muito deteriorados. Compreende-se que tenha sido necessário abdicar-se deles, pelo custo que a sua reabilitação representaria.






1 comentário:

  1. marialbertina.magalhães@gmail.comdomingo, 05 abril, 2015

    Trabalhei vários anos na Rua Castilho, a dois passos do Parque Eduardo VII. Quando a minha alma beirã sentia uma infinita saudade, uma sensação quase física de fome de verdes, que era o modo como eu definia esse sentimento de ausência, o que me valia era a proximidade do Parque! Perdia-me pelas veredas, estendia-me sobre a relva e ainda hoje guardo a beleza dos jacarandás em flor como imagem que me reconcilia com os momentos menos bons que a vida oferece.

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