quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Cafés Dos Escritores em Lisboa (a minha mensagem de Ano Novo)


Cafés de Lisboa dos Escritores 

Hoje, último dia deste mau ano de 2015, vou relembrar grandes nomes da literatura portuguesa,  seus locais de confraternização, de tertúlias e de amena cavaqueira, muitos já transformados, trespassados ou vendidos, sem que deles tenha sido preservado a história, as mesas e cadeiras de madeira, substituídas por plástico e outros materiais modernos (e tão frágeis!).
Porque o passado interessa, tem que interessar, para construir um melhor futuro. O futuro que tantos de nós desejamos,  para o qual lutámos e continuaremos a lutar, com o corpo e o espírito. E com Poesia, claro!
São estes os cafés de Lisboa, e os escritores, políticos e outros que aí se reuniam:

Café Nicola - Bocage (estátua de bronze dourado)
Café Portugal - escritores da resistência, Mário Soares, Azeredo Perdigão, Abel Salazar...
Chave de Ouro - Jorge de Sena, Casais Monteiro, Humberto Delgado  ( que aí proferiu a famosa frase «obviamente demito-o», referindo-se a Salazar)
Café Gelo - surrealistas, Raul Leal e Herberto Hélder
Martinho da Arcada - Fernando Pessoa
Restaurante Irmãos Unidos - Fernando Pessoa (retratado por Almada Negreiros)


Um Ano de 2016 muito Melhor e mais Justo
Com mais Paz e mais Coragem
Sem falsas Divisões entre mulheres e homens
Com menos Fantochada e mais Simplicidade
e
Um pouquinho de mais Amor
E já era tão bom!





sábado, 19 de dezembro de 2015

A Ilha das buganvílias



A Ilha das Buganvílias



Gosto muito de buganvílias, cheguei a ter uma na varanda e outra na cozinha, ao pé da janela, para apanhar o máximo de luz e de ar. Uma amarela, outra roxa.
Desconhecia completamente que existia também com flor branca, e quando estive em Porto Santo, a bela ilha de praias com água morna e areia dourada, conhecida por isso como Ilha Dourada, deslumbrei-me com esta verdadeira maravilha da natureza.


A Porto Santo pode-se ir durante o ano todo, mas vale muito a pena em época de calores desmedidos de trinta e muitos ou quarenta graus, como infelizmente tem vindo a ser cada vez mais frequente, devido ao aquecimento global do nosso fragilizado planeta.


Pode-se contemplar, assim, as muitas e variadas buganvílias floridas, que se espraiam por todo o lado na ilha, que embora seca, tem cactos maravilhosos e muitas flores.

Resta lembrar que o nome desta planta trepadeira nictaginácea deve-se ao militar e navegador francês, Louis Antoine de Bougainville. Que gostava com certeza de jardinar, para além de navegar.














segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

«Histórias da Menina Minhó-Minhó» de Pedro Barbosa, ilustrações de Emerenciano








Um  livro bom e bonito para oferecer a qualquer criança, quer seja no Natal ou não.
Recomendo a leitura, ou simplesmente o olhar.
Ilustrações fabulosas de Emerenciano.





sábado, 28 de novembro de 2015

A escola da vida


A Escola da Vida



Na escola da vida não há intervalos.

                                                                      Jorge Amado, Os Pastores da Noite




domingo, 19 de julho de 2015

Alberto Caeiro


 
Alberto Caeiro
 
Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa, foi venerado como mestre pelos outros heterónimos e até pelo seu criador.
Nasceu em Lisboa, mas passou a vida no campo, como «guardador de rebanhos».

 
O seu rebanho, esclareceu num poema, eram os seus pensamentos.
 
Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.


Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.


Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.

                                     Poemas de Alberto Caeiro

terça-feira, 7 de julho de 2015

Escola comercial D. Maria I - uma história singular


Palácio Cabral, em frente à escola

A antiga Escola Comercial D. Maria I, situada no Largo Dr. António de Sousa de Macedo, ao fundo da Calçada do Combro, é talvez a escola com a história mais longa e mais original de todas as escolas.
Palácio dos condes de Mesquitela, porta brasonada

Depois de ter sido  a Escola Rodrigues Sampaio, depois de ter formado gerações de meninas para os vários trabalhos do comércio e afins, dactilógrafas, contabilistas, secretárias, empregadas de escritório... ( os rapazes eram «deportados» para o vizinho Passos Manuel, ainda por cima à noite, para evitar contactos), depois de anos e anos de abandono, a escola virou ... Hotel.

Palácio Cabral, em frente à escola, actualmente

Foi nesta escola que estudou o meu pai (por coincidência), e onde eu comecei em 1975 a minha carreira de professora, com apenas 21 anos, em tempos conturbados de revoluções e contra-revoluções.
Aí passei 4 anos que nunca esqueci, dando aulas a adultos ( dos 20 aos 70 anos) à noite, e a adolescentes durante o dia, numa escola já muito velhinha mas que me fascinava.

Pormenor do Palácio Cabral

Chovia dentro de algumas salas, havia uma bela e pequena capela, algumas aulas eram dadas numa espécie de «sótão» para onde se subia por umas escadas estreitas, na sala de professores havia uma mesa enorme comprida onde todos se sentavam à volta, como se fosse a Távola Redonda (rectangular, neste caso).


Excursão de antigos alunos e alunas

Enfim, tudo era diferente do que eu poderia imaginar que fosse uma escola, e tudo se tornava uma  verdadeira aventura. 
Como se isto fosse pouco, como aquele espaço era pequeno para tantos alunos, íamos também dar algumas aulas num antigo palácio mesmo em frente , o Palácio Cabral, também arrendado pelo Ministério da Educação. Aí passaram-se coisas incríveis, agradáveis e desagradáveis, como sempre. Os alunos do 7º ano tinham doze ou treze anos, andavam por lá aos pulos e aquilo abanava tudo, pum pum pum, não tinham pátio de recreio e tinham de brincar lá dentro. Nem quero imaginar como seria se fossem destas crianças de agora, tinham deitado o palácio abaixo, pela certa!



O que nos valia, a alunos e professores, era ter a paragem dos elétricos mesmo em frente ao portão de baixo (havia dois portões), na Calçada do Combro, quando não a subíamos e descíamos a pé. Ainda o elétrico 28 não era tão célebre, já nós o usávamos todos os dias!

E assim foi passando o tempo...Hoje recordo a Escola D. Maria com comoção, onde me estreei como professora, onde conheci alguns dos melhores alunos e amigos da minha vida. Fantásticas pessoas, que trabalhavam o dia todo e estudavam com afinco à noite, às vezes com muito sono e cansaço.
Assim, valia a pena ensinar.
Agora, a escola D. Maria virou Hotel. Ou apartamentos de luxo, caríssimos, o que vai dar ao mesmo.
Ficou para sempre na memória de muitos e a sua longa e pitoresca história só quem passou por lá a conhece, já que os turistas ou residentes actuais não a vão saber nunca!



segunda-feira, 6 de julho de 2015

«O Carrossel» de Maria Isabel



 
O Carrossel
 
 
Lá vamos nós no Carrossel
Cada dia a subir e a descer
Carrossel na grande Feira da Vida
Subimos e logo descemos
Choramos e logo rimos
Juramos que nunca mais repetimos
Mas sempre somos atraídos
De novo, pelo Carrossel
Já estamos cansados
Os pés sofridos
Mas continua a ser preciso
Andar no Carrossel do riso.
 
 
                                                   Maria Isabel, Julho 2015